Open Finance, democratização e protagonismo mundial: por que as fintechs brasileiras estão otimistas?
- Contabilidade
- Autor: Marketing BHub
- Publicado em 19/10/2022
As fintechs brasileiras estão dando o que falar. Em menos de dez anos, esses modelos de negócio quadruplicaram no Brasil. Hoje, já são mais de 1.200 espalhadas pelo país, sobretudo no Sudeste.
Durante algum tempo, o progresso das fintechs nacionais nos levou a questionar se a supremacia dos “bancões” estaria ameaçada. Mas o que tornou esse momento tão especial para as startups financeiras? Como elas chegaram nesse patamar?
Buscamos as respostas no Future Hub, organizado pelo Potato Valley Club no dia 5 de outubro. O evento estava repleto de especialistas que sinalizaram que o futuro das fintechs brasileiras é promissor.
Abaixo, exploramos os motivos que ajudam a explicar esse avanço:
1. Em fintechs, estamos à frente da Alemanha e da França
Uma lista desenvolvida pela CB Insights mostra que, das 250 fintechs mais promissoras do mundo, nove são brasileiras. São elas: C6 Bank, QuintoAndar, Unico, Creditas, EBANX, Warren, Loft, CloudWalk e Agibank.
As proptechs QuintoAndar e Loft foram incluídas no ranking devido aos avanços de soluções financeiras oferecidas em suas respectivas plataformas.
Os Estados Unidos lideram a lista mas o Brasil, com seus nove representantes, supera a Alemanha e a França. Cada um tem o 7×1 que merece.
2. O Brasil lidera o cenário de fintechs da América Latina
Neste mercado em ascensão, impulsionado por soluções inovadoras como o Pix e o Open Finance, o Brasil desponta como grande protagonista da América Latina – e, para alguns, do mundo.
Contudo, é fato que construir uma fintech é um processo doloroso, como muitos fundadores costumam dizer e o painel apresentado no Vamos Latam Summit, em setembro, ilustrou. A boa notícia é que os brasileiros estão se saindo muito bem nessa missão.
“O Brasil está 5 anos à frente dos outros países latino-americanos quando se fala em fintech. Nenhum outro país da América Latina tem a robustez e a infraestrutura para criar o que nós fazemos por aqui. Os investidores sabem que qualquer coisa criada aqui pega um número muito grande de gente. Outros países têm muito o que aprender com o Brasil. Na verdade, o mundo inteiro tem”, diz Ana Zucato, CEO da Noh, durante o Future Hub.
3. Os próximos passos das fintechs brasileiras
“O futuro está em quem entende como o ser humano lida com o seu dinheiro”, segundo Zucato. As fintechs que ofertarem soluções que se adequarem a essas experiências terão vantagem em um mercado cada vez mais competitivo.
Além disso, os próximos passos do cenário financeiro brasileiro já estão aí. São eles: a exportação da inovação criada em solo brasileiro para o restante do mundo e o aprimoramento da segurança digital. Breno Barros, da Falconi, acredita que “soluções baseadas em inteligência artificial vão transformar o jogo desta indústria”.
Desse modo, ao longo do Future Hub, os especialistas falaram também que crescer a todo custo não é sustentável para uma fintech. A ideia é entender sobre o seu cliente, focar na experiência do usuário e crescer aos poucos.
Quando falamos em instituições financeiras tradicionais versus fintechs, as startups ainda precisam investir em segurança.
“O processo inicial dos ‘bancões’ sempre foi security first. Eles sempre se preocuparam com a segurança em primeiro lugar. Tem que ter uma certa prudência agora, porque muitas fintechs pegaram investimento, fizeram tudo rápido para mostrar valor, tentaram a todo custo ganhar mercado e houve invasões, houve prejuízos. Isso, naturalmente, vai impactar na marca”, explicou Barros.
4. O Brasil vive um momento de democratização dos serviços financeiros
No inverno das startups, as fintechs se viram obrigadas a preservar o caixa e se preparar para tempos incertos.
Os negócios que se mantiveram firmes nessas condições saíram ainda mais eficientes. Alguns exemplos são as fintechs listadas na LinkedIn Top Startups 2022: Neon, líder da lista e unicórnio desde fevereiro, C6 Bank, Z1, Paylivre, entre outras.
Apesar dos juros altos e do encarecimento do crédito, as fintechs vêm crescendo justamente pelo momento de democratização dos serviços bancários e financeiros do Brasil.
Contudo, o aperfeiçoamento da legislação e iniciativas como o Open Finance e o Pix abriram espaço para serviços inovadores. O que antes era burocrático, caro e demorado está ficando cada vez mais acessível.