Qual será o futuro da advocacia?
- Paralegal
- Autor: Marketing BHub
- Publicado em 22/05/2023
Quando a tecnologia e o trabalho humano se unem, eles se complementam. Ao falar de inteligência artificial, essa combinação tem o potencial de alterar profundamente nossas vidas, nossa relação com o trabalho e até mesmo a prática e o futuro da advocacia. E ele já está aqui!
A inteligência artificial permite a automação de processos, incluindo a verificação de dados, liberando mais tempo para os advogados se dedicarem a atividades de maior valor agregado em prol dos clientes. No entanto, isso não é tudo. Com a inteligência artificial, clientes e advogados têm acesso a uma mesma base de dados para análise dos casos. Assim, conseguem eliminar a assimetria de informações e reduzir os custos de pesquisa e mão de obra.
Essa constatação muda completamente a lógica da advocacia tradicional. Diante disso, qual será o papel do advogado no futuro? Quais serão as qualidades e expectativas em relação a um escritório dentro desse cenário que se aproxima – lembrando ainda que o futuro já está aqui?
1. Advocacia propositiva
Com a disponibilidade da base de dados para todos, advogados e clientes, o papel do advogado deixará de ser predominantemente reativo. Os profissionais precisarão ter um profundo entendimento do direito, das ferramentas tecnológicas e da inteligência artificial, bem como sua aplicabilidade nos negócios.
Eles precisarão adotar um perfil generalista-especialista, a fim de identificar oportunidades e agregar valor em suas interações com os clientes. O futuro pertence aos profissionais com formações e especializações além do direito, oferecendo um serviço de maior valor agregado ao cliente, baseado em conhecimentos multidisciplinares.
Os escritórios de advocacia se tornarão ainda mais essenciais na estruturação dos negócios das empresas, desempenhando um papel propositivo e complementar às áreas de negócio.
2. Advogado como co-piloto
Segundo o CEO da Microsoft, Satya Nadella, a atual geração de inteligência artificial coloca os usuários na função de co-pilotos, em vez de simplesmente operar no piloto automático.
Somente aqueles que estiverem junto da IA, pilotando com ela, poderão desfrutar de seus benefícios. Isso exigirá apenas poucos profissionais, porém bem preparados.
Assim, o advogado que se limita a fornecer respostas será substituído por aquele capaz de formular as perguntas corretas. É esse profissional que conseguirá oferecer soluções diferenciadas e de alto valor agregado inclusive em termos de serviços paralegais.
3. A qualidade do profissional fará toda a diferença
A experiência em casos, um conhecimento teórico aprofundado, habilidades multidisciplinares e facilidade de aprendizado, familiaridade com ferramentas tecnológicas, curiosidade e capacidade de comunicação clara serão características altamente desejáveis.
Assim, a excelência na prestação dos serviços será alcançada pelos profissionais que souberem identificar o que é essencial e que realmente atenda às necessidades dos clientes.
Em outras palavras, após depurar as informações disponibilizadas pela tecnologia, que muitas vezes já foram analisadas e discutidas previamente pelos clientes, o advogado terá a responsabilidade de apresentar a melhor solução, agregando sua experiência e valor humano.
4. Diversidade será essencial
Diversidade no campo das ideias e das relações. Somente assim será possível navegar pelas incertezas, ouvindo e considerando todas as partes envolvidas pela assessoria jurídica.
O papel de um escritório de advocacia deverá ser inclusivo, com ações e medidas para incorporar opiniões divergentes e diferentes perspectivas, promovendo a igualdade de gênero e a inclusão na prática.
5. Propósito e compartilhamento de ideias
O escritório precisará ser um ambiente colaborativo de co-criação, onde as pessoas buscam propósito e felicidade. O futuro da advocacia pede isso.
A integração da equipe e a criação de histórias com engajamento geram um senso de pertencimento genuíno e tornam a experiência do cliente única e verdadeira.
6. Sustentabilidade como base para tomada de decisão
Um escritório de advocacia precisa ser sustentável em suas instalações. Estruturas muito grandes e hierarquizadas não parecem mais fazer sentido.
A inteligência artificial fornecerá as informações necessárias para a tomada de decisão, eliminando a necessidade de horas intermináveis de pesquisa e busca de informações.
O ser humano continuará sendo peça fundamental na prestação destes serviços, mas a máquina assumirá as tarefas burocráticas e de pesquisa.
Assim, caberá ao advogado lidar com o essencial: validar e aprimorar a melhor solução jurídica, levando sempre em consideração as relações humanas e a satisfação dos envolvidos.
A proposta para o futuro da advocacia é que o setor fique descomplicado e personalizado, ao utilizar ferramentas tecnológicas para valorizar o trabalho humano de qualidade, com foco nos clientes.