As dicas de ouro de gestores de finanças de startups para enfrentar tempos de vacas magras
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- Autor: Marketing BHub
- Publicado em 11/07/2022
Ademais, a alta dos juros, a crise macroeconômica mundial, as demissões em massa e as dificuldades para levantar novas rodadas de investimento acenderam o sinal de alerta nas startups. Depois de um 2021 de euforia, as empresas nascentes de tecnologia agora encaram um inverno rigoroso. E quais são dicas dos gestores de finanças de startups para enfrentar tempos de vacas magras?
Segundo especialistas do mercado de startups e finanças, a orientação é para que as empresas reduzam custos, preservem seus caixas e busquem eficiência nas operações.
Contudo, equipe da BHub conversou com gestores de finanças de duas startups, a Loft e a Conta Simples, para entender quais são os melhores caminhos para atravessar sem sustos este período de turbulência no setor de tecnologia. Abaixo, você confere as dicas e as estratégias de Bruno Cruz, head de controladoria da Loft, e Pedro Marins, head de finanças da Conta Simples.
1) Revisite processos e cheque a eficiência das áreas
Desse modo, com passagens pela PwC e pela Via Varejo, Bruno Cruz (foto), hoje um dos guardiões do caixa da proptech Loft, diz que o momento atual pede atenção aos processos, redução de custos em áreas ineficientes e foco no que pode gerar lucratividade a curto prazo.
“A dica que eu dou para os gestores de startups, sejam eles do C-Level ou da área de finanças, é revisitar processos e ver onde há mais eficiência, mais lucratividade. Em outras palavras, é preciso ver onde a empresa tem mais rentabilidade para avaliar os investimentos em caixa. Vale evitar investimentos em áreas que não são tão eficazes ou que, neste momento, ainda não estão maduras na startup. É importante garantir que o caixa seja melhor aproveitado e dê o retorno a curto prazo para a startup“, sugere Cruz.
2) É hora de estender o runaway
Contudo, captar dinheiro com investidores ficou mais difícil para os próximos meses. É necessário ajustar a operação para não depender de capital de terceiros, estendendo o runaway, termo utilizado para definir quanto tempo a startup tem de fôlego financeiro até quebrar, levando em consideração os gastos e as receitas.
De acordo com Pedro Marins, que trabalhou no Banco Inter antes de gerir a área financeira da Conta Simples, onde está há um ano e meio, “é importante otimizar o capital que está dentro de casa”.
“Em um momento como este, o gestor deve pensar no burn rate (taxa de queima), travando ou reduzindo a queima de caixa e estendendo o runaway. Salvem um ano ou um ano e meio de caixa”, indica Marins.
3) Sustentabilidade financeira: a bola da vez
Além disso, no atual contexto das startups, o conceito de sustentabilidade vai muito além da substituição de copinhos plásticos, da economia de papel e da conexão com questões ambientais. Para algumas startups, crescer de maneira acelerada era sinônimo de gastança e descaso com a margem de lucro. No fim das contas, todo empreendedor quer retornos superiores às aplicações iniciais. Por isso, vale ter atenção redobrada às métricas que norteiam o lucro.
“O mercado de startups passou por um momento de growth (crescimento) a qualquer custo. Em muitos negócios, a margem se deteriorava e os negócios não paravam em pé. Isso não é sustentável, não é rentável. Ganhou força um movimento de trazer sustentabilidade para os negócios. Isso vai ser crucial para levantar investimentos no futuro“, prevê Marins.
4) O protagonismo dos gestores de finanças
Ademais, esqueça os tempos em que os gestores financeiros se limitavam a abastecer planilhas, cuidar de livros financeiros, fechar o caixa e dizer “não” para a maior parte das solicitações que chegavam. Nos últimos tempos, ganhou espaço o perfil do CFO multidisciplinar, cada vez mais ligado à estratégia da empresa e conectado a diversas áreas do negócio.
Bruno Cruz diz que os gestores de finanças têm papel crucial na maturidade das startups. “O CFO nas startups é o cara que ombreia o CMO, o COO, o CEO e os cofundadores”, explica Cruz. “Como gestor financeiro, você acaba trazendo situações e oportunidades para que o CEO, os fundadores da startup e outras pessoas relevantes participem da tomada de decisão, até para dividir os riscos e escolher as melhores alternativas para a empresa.”
“A área de finanças precisa apoiar o CEO na operação da empresa. É uma área que tem uma visão macro do negócio, já que está olhando para todas as outras áreas. Consegue acompanhar as métricas da empresa sem ter uma visão enviesada e nem ofuscada pelo dia a dia”, completa Marins.
5) Esteja preparado para quando o mercado estiver aquecido
O cenário de inflação e o crescimento das taxas de juros em diversos países (incluindo o Brasil) afastaram os investidores de capital de risco, agora seduzidos pela renda fixa. As captações de investimentos se tornaram mais raras, mas não impossíveis. Ademais, quando o mercado de venture capital estiver aquecido novamente, é importante que as startups estejam saudáveis do ponto de vista financeiro e consigam provar aos investidores que representam boas oportunidades.
“O mercado vai voltar a tracionar, não vai ficar como está para sempre. Contudo, olhando para o futuro, para captar dinheiro, algo que vai ser importante é ter uma parte financeira saudável”, sugere o head da Conta Simples.
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Um papo imperdível sobre as finanças das startups
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