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Baixando o custo do vinho, Helpvino pretende transformar o mercado brasileiro

Caso você não seja enólogo ou enófilo, com certeza já passou por poucas e boas na hora de comprar um vinho. Com tantos rótulos diferentes e detalhes sutis nas bebidas, o momento de aproveitar uma taça pode se transformar em uma experiênia mais complexa do que deveria ser. Pensando nisso, a startup Helpvino, patrocinadora do Future Hub, desenvolveu um sommelier digital com base em algoritmos que sugerem vinhos de acordo com o paladar do cliente e outros filtros, como preço e a nacionalidade do rótulo. 

A pessoa responde algumas simples perguntas e, em segundos, a plataforma apresenta indicações para o perfil. 

“A Helpvino surgiu para descomplicar e transformar o mercado de vinho. A primeira dor que a gente percebeu foi a da escolha do vinho. Quando um cliente vai a um supermercado, por exemplo, tem 300 rótulos na gôndola. É muito difícil escolher”, explicou João Misk, fundador da Helpvino. 

Hoje, a startup já está presente em estabelecimentos, como supermercados, restaurantes e outros pontos de venda, em mais de 14 estados.

João Misk (à esquerda), durante o Future Hub

Entrada no marketplace

Analisando o mercado de vinho, Misk percebeu que o cenário é muito fragmentado. “Os importadores vendem para os distribuidores. Os distribuidores vendem, muitas vezes, para outros distribuidores ou para representantes. E só assim o vinho chega ao ponto de venda, seja no restaurante ou no mercado”, comentou. 

Dessa forma, a bebida chega muito cara ao consumidor final. Para baratear esse processo, a Helpvino criou um marketplace e passou a cortar todos os intermediários, fazendo a negociação direta com o importador. 

“O nosso marketplace permite que diferentes compradores estejam dentro da mesma compra. É uma compra conjunta. Juntamos vários pontos de vendas e várias pessoas para conseguir melhores deals com os importadores”, afirmou João. 

A Helpvino auxilia não só com um custo mais baixo, mas também ajuda a escolher os rótulos mais apropriados para cada um dos estabelecimentos, levando em consideração os clientes e o lucro em cima dos produtos. 

Competitividade no mercado

A compra conjunta e o corte de intermediários permitem que os pequenos e médios varejistas consigam ter uma margem competitiva com grandes players do mercado. Afinal, as PMEs, geralmente, não conseguem barganhar com fornecedores. É aí que entra a Helpvino. 

“Conforme a gente aumenta nossa base de compradores, conseguimos melhores acordos. Assim, conseguimos mais descontos e o preço cai ainda mais”, explicou o patrocinador do Future Hub. 

De acordo com João Misk, importadores e vinícolas são muito regionais. A capilaridade desses negócios não é muito grande, então acabam cobrando uma margem muito alta nos vinhos. 

Enquanto os varejistas que fazem suas compras sozinhos pagam de 30% a 40% do preço, segundo Misk, a Helpvino consegue diminuir quase na metade, chegando a 15% da margem.  

Vinhos pelo mundo

O Brasil não é um país com uma cultura de vinho forte. Isso pode ser visto até no valor que pagamos pela bebida. 

“No mundo inteiro, o vinho é considerado mais barato do que no Brasil. Você encontra vinhos mais acessíveis que até ajudam o cliente a começar a consumir vinho”, falou Misk. 

De acordo com o empresário, consumimos cerca de 3 litros de vinho per capita por ano. E já pode ser considerado uma grande transformação, porque, antes da pandemia, a média era de 2,3 litros. 

Quando olhamos para nossos vizinhos latino-americanos, o consumo é muito maior. “A Argentina consome 20 litros de vinho per capita. O Chile também, podendo chegar a 23 litros”, expôs. No resto do mundo, a situação é a mesma. “Os Estados Unidos, país cervejeiro igual ao Brasil, consome 14 litros. A média da Europa é de 40 a 50 litros per capita”. 

“Nosso intuito é que, ao baixar o custo do vinho para o pequeno e médio varejista, que hoje é 60% da venda de vinho no Brasil, possamos fazer com que o brasileiro prove mais vinho”, completou.

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