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Seis fatos que fizeram de 2022 um ano marcante para as startups

Por que 2022 deu o que falar no ecossistema de startups? Foi um período marcado por diminuições de aportes de venture capital, ascensão de fundos corporativos, demissões em massa e juros altíssimos, entre outros motivos. 

Mesmo em um cenário incerto, alguns negócios se destacaram e foram importantes para manter a esperança de outros empreendedores. A premissa agora é de que o novo ano seja ainda melhor.  

Abaixo, analisamos cinco assuntos que foram muito tratados neste ano: 

O maior aporte de 2022

O maior aporte recebido por uma startup brasileira em 2022 foi de cerca de R$ 1,6 bilhão (ou US$ 260 milhões) pela Creditas. 

A empresa, que já havia se enquadrado como unicórnio em 2020, alcançou assim um valuation de mais de R$ 24 bilhões (ou US$ 4,8 bilhões). A rodada Série F trouxe a Fidelity Management and Research Company junto aos mais de dez investidores da fintech. 

O aporte foi essencial para a Creditas acelerar sua estratégia nos ecossistemas de residência, automóvel e benefícios ao empregado. Mas ela continua expandindo suas operações para oferecer uma plataforma cada vez mais completa, com produtos de fintechs, seguros e marketplace. 

O inverno das startups

O ano de 2022 foi marcado por ajustes no mercado de venture capital global. Depois de 2021 ter rodadas recordes que somaram US$ 671 bilhões em 38.644 transações, o terceiro trimestre de 2022 acaba com apenas US$ 389,7 bilhões em aportes. 

No Brasil, a tendência foi a mesma. Do início do ano até dezembro, as rodadas de investimentos somaram R$ 22,33 bilhões em 213 deals. No mesmo período de 2021, os aportes já chegavam aos R$ 33,5 bilhões em mais de 300 transações. 

O que ficou conhecido como “inverno das startups” tem como principal causa a falta de liquidez no mundo todo, acarretada pelo aumento da inflação e dos juros globais. Assim, os fundos de venture capital foram obrigados a ter cautela. 

Outro motivo apontado por especialistas foi o otimismo exagerado em relação às startups, com precificações que não se justificavam. 

Mas há quem diga que passamos do inverno para a “primavera das startups”. Alguns investidores do mercado de VC olham para o futuro com esperança, afirmando que os investimentos sempre existiram e sempre vão existir. 

A ajuda dos fundos corporativos

Com a retração dos fundos de venture capital, os fundos corporativos que investem em startups – conhecidos como corporate venture capital (ou simplesmente “CVCs”) – se destacam. 

Nos últimos meses, os empreendedores deram atenção a eles. Os CVCs se consolidaram não apenas como alternativa de capital, mas como uma forma de auxiliar na ampliação de base de clientes e melhoria de estratégia. 

Estima-se que, em 2016, existiam apenas 13 CVCs no Brasil. Hoje, o número já cresceu para 104 fundos. Poucas empresas abrem os dados sobre dinheiro disponível para essa finalidade, mas, somente em 2022, 12 novos fundos alcançaram a soma de R$ 2,5 bilhões em capital para esse mercado.

A alta do juros

A taxa básica de juros brasileira, a Selic, está estagnada em 13,75% desde junho, enquanto a de outros países sobe. Mesmo assim, o Brasil é o líder do ranking mundial de juros reais, definido pela Infinity Asset Management.

Descontada a inflação esperada para os próximos 12 meses, de 5,33%, os juros reais ficaram em 8,16%. Considerando os juros nominais (sem descontar a inflação), a taxa brasileira se manteve na segunda posição, atrás apenas da Argentina, onde a taxa é de 75%. 

Esse ciclo de alta começou em 17 de março de 2021. Desde então, a Selic subiu 12 vezes consecutivamente, de 2% para 13,75%. É o patamar mais alto desde 2016, quando a taxa começou o ano em 14%.

A onda dos layoffs

Ao longo do ano, vimos startups conhecidas anunciando grandes demissões. Apesar da captação de investimento ter diminuído, não significa que os aportes foram encerrados. 

Então, por que as startups entraram na onda dos layoffs? Entre os principais motivos, apontamos aqui a redução da queima de caixa e a tentativa de provar lucratividade.

Com os recursos mais escassos, as startups não conseguem rodadas de investimento com tanta facilidade. Dessa forma, são cobradas a comprovar sua lucratividade, a sustentabilidade do negócio e apresentar uma gestão eficiente do uso de caixa para se manterem na cena. 

Em resumo, as empresas precisam entender como continuar a operação com menos queima de caixa. O layoff pode ser visto então como uma forma de controle, não como uma possível falência.

As novas formas de demissão

Não foram só os layoffs que chamaram a atenção em 2022. A demissão silenciosa e o great resignation também deram o que falar neste ano.

O quiet quitting – saída silenciosa, em português – virou moda entre a geração Z que se opõe ao modelo de trabalho tradicional. Eles fazem o mínimo necessário e não têm desejo de cumprir horas extras para garantir uma promoção. Na realidade, não querem sequer estabelecer vínculos com corporações que não os representam.

Entre os fatores que motivam esse pensamento, estão a pandemia, a falta de reconhecimento no ambiente corporativo e a priorização do bem-estar e princípios. Essa manifestação está atrelada ainda ao fenômeno da grande renúncia.

O great resignation já é uma movimentação de trabalhadores mais experientes. Eles não querem uma relação ruim, desgastada e cansativa com o trabalho. Então, se demitem voluntariamente.

Entre janeiro e maio deste ano, o número de profissionais deixando cargos por conta própria aumentou 33,4% no Brasil. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, foram registradas 2,9 milhões de demissões voluntárias nesse período. 

Com a popularização dessas práticas, gestores acreditam que as organizações vão valorizar ainda mais seus colaboradores, estimulando a identificação com o ambiente profissional.

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